Plantas

As Plantas e a Natureza Humana

Que é gostoso ter uma planta em casa todo mundo sabe. Um vaso ou dois ou mesmo uma floreira dão um toque especial ao ambiente, uma coisa assim... meio... meio o quê? Afinal, o que é que as plantas têm que deixam qualquer ambiente mais agradável? Qual é a raiz do prazer de andar em um lugar arborizado? A resposta pode parecer estranha, mas gostamos de ter plantas por perto porque fomos feitos para andar no meio delas, mesmo. Por vários pontos de vista, inclusive o genético, ainda somos os mesmos bichos que alguns milhares de anos atrás perambulavam pelas savanas vestindo peles e caçando para sobreviver. Em outras palavras: gostamos de mato porque ele é o nosso habitat natural. Tudo bem, ninguém nos obrigou a viver em casas e cidades, nós as construímos para ter mais conforto, proteção e tal. Mas lá no fundo da alma ainda há uma porção selvagem que pede um pedaço de verde à vista. Ao se aproximar da natureza o homem percebe, mesmo que de maneira inconsciente, que em épocas imemoriais esteve diretamente ligado a tudo o que era natural.

Ou seja, o maior mérito de um jardim não é ser bonito, e sim emocionante. "Um jardim é o local em que o homem compartilha as emoções da sua origem com a natureza, é um ecossistema que envolve as pessoas emocionalmente". É aí que entra o paisagista, cuja missão é plantar um ambiente que desperte a emoção que o cliente desenhou dentro de si. Uma tarefa nada fácil, convenhamos. O jardim pode ser aconchegante, selvagem, rústico, tropical. Por isso, em um projeto paisagístico nada é por acaso. Escolhem-se a dedo flores que atraiam beija-flores, borboletas, bem-te-vis e joaninhas, por exemplo. O mesmo serve para árvores, folhagens e arbustos que se encarregarão de criar sensação de aconchego, composição de cores, volume, formas e sombra - e também isolamento acústico e barragem de vento.

Moita de estimação

Mas não é preciso ter um quintal ou um jardim para viver bem. Em um apartamento ou uma casa sem espaço externo pode-se preencher a cota necessária de verde com vasos ou floreiras. Tanto faz. Só não esqueça que uma planta não é um elemento meramente decorativo, ela é um ser vivo. Quem recorre às plantas para dar vida ao ambiente deve dispensar ao verde os mesmos cuidados dados a um animal de estimação. Portanto, assim como ninguém compra um imenso dogue alemão para morar em uma quitinete, não adianta ir a uma loja de mudas e pedir por determinada planta, só porque você quer ter uma em casa. Antes, é preciso estudar o ambiente que se pretende verdejar. Só depois é que se escolhe a espécie. Para começar, faça como um paisagista: observe a luminosidade. A incidência da luz no ambiente é o principal parâmetro para definir o que plantar. Grosso modo, há quatro graus de luminosidade: claridade, meia sombra, sombra e escuro. Analisar a circulação de ar e se bate muito vento no local também é relevante, já que toda espécie gosta de ar, é claro, mas nem todas se dão bem com vento. Mapeado o ambiente, a partir daí é questão de gosto. Escolha a planta que preferir entre as que se dão bem no canto disponível.